25 de novembro de 2010

Um lugar de mato verde

Quem me conhece sabe: sou fresca ao cubo.

Mas vim morar numa casa com muuuito verde e rodeada por terrenos mais verdes ainda, preservados pelo Ibama. Frequentemente sou visitada por lagartos enormes (pelo menos para mim, que até então tinha como referência as lagartixas), gambás, quero-queros e corujas.
Acho fofésimo, mas fecho a janela para não entrarem.
Até que resolvi dar naturalidade gaúcha à minha filha e criá-la em meio a todo este verde. Então, fecho a janela e ela grita "mama, api (abre): bichu". E se atira, sem medo, ri e bate papo com todos eles. Pisa na grama sem se importar com o que possa estar em baixo, sem nojo se a chuva tiver transformado a terra em barro, sem medo de ser feliz.

Fora da natureza, ela tem minha genética: detesta se sujar (tentei que ela não fosse assim, mas é sangue do meu sangue: só come com guardanapo para limpar a boca e engatinha recolhendo as sujeiras no chão "mama, cáca!"), mas este contato com a natureza acho maravilhoso.

Agora, quando bate a saudade das terras paulistas, penso na deliciosa infância que minha pequena está tendo e fico realizada.
Coloco ela para dormir feliz.
E vou correndo fechar as janelas.

5 de novembro de 2010

Se fosse bom, não era de graça

Minha pequena já está com um ano e cinco meses. Uma pequena mocinha. Fala tudo, entende tudo, meiga, carinhosa e fofa.
E as pessoas adoram perguntar "ela ainda não anda?".
Não, não anda. Vai andar, pode ter certeza.

E como se não bastasse a crítica, vem as sugestões. Sempre elas...
- Você já tentou dar andador?
- Você estimula?
- Você segura nos braços ou na axila?
Ah, esta maravilhosa enciclopédia que habita a mente alheia.

Estimulo sim, mas tenho a mais absoluta tranquilidade. Ela demorar para andar significa estar mais tempo no meu colo, mais tempo para eu curtir minha pequena mocinha.

Eu estou ótima. E ela também.

Mama´s SAP

Sempre fiquei intrigada com a tecla SAP que as mães tem.
Tenho um sobrinho que quando pequeno, falava palavras absolutamente ininteligíveis e lá vinha sua mãe "ele disse que quer água". Oi? Quando ele disse isso?
Ou era pura invenção, ou mais um daqueles mistérios que só a maternidade desvenda.

Hoje, alguns anos e uma filha depois, fico chocada como as pessoas não entendem as palavras claríssimas que a Taly fala.
Mama, ciá cau. Papau fofó. Ti aí. Não é absolutamente óbvio que ela disse que quer passear de carro, que a vovó mora em São Paulo e que o leite está ali?

Bom, para mim é.