7 de outubro de 2010

Profissão: mãe

Quando estava grávida, eu que sempre fui muito focada no trabalho, um tanto feminista na questão da nossa autossuficiência financeira, já fui à procura de um berçário para deixar a Taly.
A decisão pelo berçário era unânime aqui em casa e acabei optando por uma super bacana, com todos os pré-requisitos que esperávamos. A idéia era colocar a pequena já com quatro meses.

E então ela nasceu. E começou uma nova trajetória em nossas vidas onde a palavra 'planejar' adquiriu uma conotação um tanto mais etérea.

Com quatro meses ela era um pinguinho de gente. E calhou justamente numa época do ano em que meu trabalho era mais tranquilo. Resolvi esperar até os sete meses, quando ela era um pinguinho um pouco maior.
Já no berçário, começou a fase de todas as viroses do mundo. Ela ficava quatro dias bem e outros quatro doente. Com nove meses ela pegou uma bronquiolite fortíssima, com passagem pela UTI e tivemos que tirá-la do berçário. Para lá ela só volta após os dois anos.
Pânico. O trabalho urgia e promovi a moça que trabalhava em casa fazia um ano a babá. Para encurtar a história, a dita cuja surtou com direito a boletins de ocorrência, ameaças e advogado.

E assim, após muito pensar, tomamos uma decisão que antes parecia impensável para mim. Engaveto meu currículo por tempo indeterminado para tirar um 'período sabático' do trabalho, cuidar da minha pequena e do meu lar doce lar. Mais uma vez mordo a lingua, já que eu tanto criticava quem tomava esta decisão. Mas aprendi que criticar sem saber é prepotência pura.

Minha carreira espera. A infância da minha filha não. Ela precisa de mim agora. De amor de mãe, dos nossos princípios e cuidados.

E assim, inauguro - feliz da vida - uma fase deliciosa da minha vida. A da Nurit, mãe.