Eis que hoje, após uma noite (e madrugada) de preocupação pela filhota vir recusando-se a mamar e após abortar, aconselhada pelo marido, a operação rumo ao hospital em plena madrugada, movida por berros estridentes da pequena, fiz uma via crusis por médicos. Num canto da cidade, a pediatra, que num encaixe, demorou hooooras para me atender. E eu, com um bebê gorducho e sorridente no colo, lamentava "minha filha não come, há algo errado". "Nurit, acabo de examiná-la e está ótima". Noutro canto da cidade, a gastro, que num encaixe, demorou hooooras para me atender. E eu, com um bebê gorducho e sorridente no colo, suplicava por uma solução, como uma típica ídiche mama louca e caricata. "Nurit", responde a gastro, "desta vez não é alergia, o caso é simples: sua filha desenvolveu uma característica e tornou-se seletiva".
Resumo da ópera: tenho uma filha de oito meses que decidiu, assim, por conta própria, que pode não ser interessante tomar leite à noite. Afinal de contas, ela exige uma dieta balanceada e precisa avaliar situação a situação, dia após dia. Hoje pode estar a fim, pois cairá bem com a janta de papinha de batatas. Já amanhã pode não combinar com o aipim. Pode?
Fofa da minha vida